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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Ferramentas para sua Prática

Por Núbia Teixeira

Publicado no blog yoga pela paz

O Yoga tem formas de aumentar e direcionar a energia do nosso corpo para otimizar os resultados da prática. Essas ferramentas estão disponíveis em nosso próprio corpo a qualquer momento, dentro ou fora do nosso tapete de prática.

De acordo com a prática do Yoga, o caminho da respiração é dividido em quatro fases:
1) Puraka – inspiração.
2) Rechaka – expiração.
3) Kumbhaka ou antara kumbhaka – retenção com ar.Retenção com ar deve ser evitada por pessoas com problemas do coração ou pressão arterial alta.
4) Shunyaka ou bahya kumbhaka – retenção sem ar.

Durante kumbhaka o corpo tem tempo para assimilar o prana (energia vital). Depois de sua inspiração, depois de trazer mais ar e prana para seu corpo, você pode direcionar essa energia para seu sistema de nadis (canais de energia vital do corpo). Com shunyaka o corpo se torna mais receptivo, vazio e limpo antes de receber o ar novamente.

Matra – significa parte, porção, é a unidade de contagem que estabelece o ritmo.

A respiração registra e reflete todas as variações das flutuações emocionais e mentais. Quando interferimos no ritmo inconsciente da respiração, podemos mudar nossos padrões de comportamento emocional e mental.

Os ritmos mais comuns são:
Um para inspiração e dois para expiração.Um para inspiração, um para retenção com ar, dois para expiração e um para retenção sem ar.

Bandha – são fechos de energia ou selos que ajudam a ativar vários pontos energéticos no corpo. Ao contrair determinados músculos, nervos, órgãos e glândulas e levar nossa atenção a essas áreas, canalizamos energia para partes específicas e por todo o corpo.

Jalandhara bandha – você encontrará esse fecho tocando o queixo no centro da clavícula, sem tensionar os ombros. Esse bandha evita que a energia do sahasrara (chakra coronário) se mova para baixo e queime com o fogo digestivo. Jalandhara bandha também abre o fim da coluna cervical, permitindo que a energia se mova livremente da base da coluna até o topo da cabeça.

Uddiyana bandha – contração dos músculos abdominais, na área entre o umbigo e a pélvis. Isso promove uma massagem dos órgãos internos e desperta a energia do manipura chakra (localizado na parte baixa do abdome, representa o sol em nosso corpo).

Mula bandha – contração e elevação dos músculos do períneo (a área entre os genitais e o ânus). Estimula o sistema nervoso central e o muladhara chakra (chakra raiz) além de trazer estabilidade e conexão com a terra.

Quando esses três bandhas são feitos ao mesmo tempo, recebem o nome de bandha traya.

O jalandhara bandha movimenta o prana do coração em direção ao abdome, enquanto o mula bandha com uddiyana bandha movimentam o apana (vento descendente do corpo, responsável pelas eliminações) para cima a partir do chakra raiz.

Jiva bandha ou kechari mudra – Pressão da ponta da língua no palato mole (parte mole do céu da boca). Essa ação promove uma massagem na glândula pituitária.

Drishti – Significa olhar fixamente, voltar a atenção para uma parte específica do corpo, fixando seus olhos e atenção neste ponto (ekragata). Essa técnica facilita a meditação.

Nasagra drishti – Olhar fixo na ponta do nariz.

Bhrumadhya drishti – Olhar fixo no ponto entre as sobrancelhas, ou ajna chakra, o ponto que abre a intuição e a concentração.

Todos esses elementos serão combinados de forma diferente para cada tipo de exercício respiratório e podem também ser usados na prática de asanas.

"Não existe asana como siddhasana, não existe força como a que kumbhaka promove, não existe uma mudra como kechari mudra, e não existe dissolução como nada (som primordial)" Shiva Samhita

Leia também:

Exercícios de respiração por Gustavo Ponce: parte 1 e parte 2.

Respiração para equilíbrio dos hormônios por Márcia De Luca.

Nubia Teixeira será uma das participantes do Yoga pela Paz 2010. Começou a praticar Yoga aos 16 anos e passou os últimos 20 anos se dedicando às artes de cura, Bhakti Yoga (Yoga Devocional) e à dança clássica indiana conhecida como Odissi.

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