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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Vitalidade Sutil

Por Núbia Teixeira

Publicado no blog yoga pela paz

A palavra pranayama deriva de dois termos sânscritos: prana, que significa energia vital, e ayama, que significa controle e expansão. A intenção dessa prática é respirar de forma consciente.

O volume de prana que circula por nossos corpos determina nosso nível de vitalidade. Podemos extrair essa energia vital de diversas fontes: da luz e do calor do sol, dos elementos que comemos, da água que tomamos e principalmente do ar que respiramos.

Na forma mecânica como respiramos normalmente, incorporamos superficialmente energia vital ao nosso sistema. Quando levamos nossa atenção à assimilação de prana por meio da respiração, o nível dessa energia se torna mais forte em nossos corpos.

[O pranayama consta de] modificações externas, internas ou retenção [da força vital]. É regulado por lugar, estação e números [e torna-se progressivamente] mais prolongado e sutil.

(Yoga Sutra – trad. Pedro Kupfer)

Como as artérias carregam o sangue por nosso corpo físico, nosso corpo energético (sutil) possui as nadis (meridianos) que são como rios que carregam prana pelo corpo.

Ao direcionar o fluxo de energia em nosso corpo sutil, o pranayama ajuda a despertar as nadis. Isso energiza os sete chakras, que são centros de purificação, estoque e distribuição de prana para o corpo físico.

Se nossa respiração está bloqueada, nossa sensibilidade, intuição, conexão com o mundo interior e exterior se tornam difíceis.

Normalmente, procuramos desenvolver a sabedoria por meios externos. O que esquecemos é que todo o universo pode se desdobrar a nossa frente por meio do conhecimento interior. Pranayama é uma ferramenta poderosa para alcançar esse conhecimento.

O movimento da mente está relacionado com nossa respiração. Se a respiração for suave e calma, as ondas em nossa mente seguirão o mesmo ritmo e vice-versa. Desta forma, quando a respiração transcende o nível de controle consciente, nossa mente também transcende a forma regular de observação. Isso nos prepara para mergulhar em nós mesmos de forma diferente, com menos obstáculos e barreiras para encontrarmos a real natureza de nossas almas.

Ao inspirar e expirar de forma correta – profundamente, pelas narinas – podemos melhorar nossa saúde e vitalidade. Normalmente, nossa respiração é superficial e curta, não completamos uma expiração completa. Como resultado, sempre mantemos uma quantidade pequena de ar nos pulmões. Isso pode produzir toxinas em nossos órgãos internos e bloquear a passagem de energia nas nadis.

Se prestar atenção a uma pessoa com alto nível de estresse ou desequilíbrio emocional, notará uma respiração curta e disrítmica. Comparativamente, uma pessoa calma e equilibrada tem uma respiração longa e com ritmo.

Respirar de forma correta e profunda significa se relacionar profundamente com o mundo ao seu redor, sem medo, restrições ou reservas. Assim, convida e permite que a energia do universo permeie e nutra seu ser. Segurar ou restringir sua respiração fará com que segure emoções que podem afetar negativamente as funções saudáveis de todo seu corpo físico.

Sua inspiração está relacionada à forma como se permite receber coisas do universo e das outras pessoas. Sua expiração está relacionada com a forma como se dá e como se expressa ao mundo e pessoas a sua volta.

Apesar de a respiração ser uma função do corpo vegetativa, automática e inconsciente, quando a moldamos intencionalmente com pranayama, podemos trazer espaço e abertura para a mente, tranquilidade para nossas emoções e cura ao nosso corpo físico.

Nubia Teixeira será uma das participantes do Yoga pela Paz 2011. Começou a praticar Yoga aos 16 anos e passou os últimos 20 anos se dedicando às artes de cura, Bhakti Yoga (Yoga Devocional) e à dança clássica indiana conhecida como Odissi

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