Publicado no blog yoga pela paz.
Talvez a mais antiga imagem venerada no mundo hoje, Shiva é também conhecido como Nataraja, o deus da dança e do Yoga, o dançarino cósmico, bem como senhor das artes marciais e protetor dos animais.
Sobretudo, Shiva é o deus da destruição – aquele que abre espaço para o novo. Toda criação será incinerada pelo fogo da renovação no momento em que este deus abrir seu terceiro olho, localizado entre as sobrancelhas.
Geralmente, esse deus que completa a tríade hindu é representado como um lindo jovem. Sua iconografia é bastante rica:
❁ Ele aparece coberto por cinzas da pira fúnebre, mostrando que é o senhor da destruição.
❁ No pescoço, tem pendurada uma guirlanda de cérebros, mundamala, que representa a revolução dos anjos e os sucessivos surgimentos e desaparecimentos da raça humana.
❁ Na cabeça, leva o símbolo da lua crescente, demonstrando que o tempo é apenas um ornamento para ele. A lua representa o tempo, dado que os dias e os meses estão ligados às suas fases.
❁ A coroa de cabelos trançados da qual flui o rio Ganges, cujas águas representam jñana, o conhecimento.
❁ As cobras venenosas simbolizam a morte, mas, para Shiva, são apenas decoração. Só ele pode engolir o veneno chamado halahala e assim salvar o mundo. Por isso, ele é Mrytiunjay, o conquistador da morte. As serpentes representam também a energia básica – semelhante à energia sexual – de todos os seres. Portanto, Shiva é o senhor da energia.
❁ O pé levantado simboliza a libertação. Ele dança sobre um demônio que representa a escuridão e o mal, estando, portanto, acima da ignorância. O demônio Apasmarapurusa representa o ego a ser eliminado.
❁ A pele de tigre, que, por ser um animal feroz e devorar sua presa sem compaixão, representa o desejo que consome os seres humanos, eternos insatisfeitos. Ao vestir a pele do tigre, Shiva demonstra que matou o desejo, sobrepôs-se a ele.
❁ A pele de elefante: como o elefante é um animal poderoso, usar sua pele implica que o deus subjugou completamente os impulsos animais.
❁ Olhos e cabelo: o sol e a lua formam seus olhos e todo o céu, o vento soprando, forma o seu cabelo. Por isso, Shiva é chamado de Vyomakesa, aquele que tem o céu e o espaço como cabelo.
❁ Shiva pode ser representado tendo de duas a 32 mãos. Alguns dos objetos mostrados em suas mãos são:
– Trishula: o tridente, arma importante de ataque e defesa, indicando que Shiva é o senhor supremo. Filosoficamente, representa os três gunas ou três processos – criação, preservação e destruição. Aquele que carrega o tridente é o mestre dos gunas e dele provêm os processos cósmicos.
– Damaru: o tambor, que Shiva toca ao dançar, produz sons sagrados, conhecidos como maheswarasutras. Ele representa a linguagem e o som. Ao segurá-lo em suas mãos, o deus demonstra que toda a criação, incluindo as várias formas de artes e ciências, originam-se dele e de sua dança.
– Khatvanga: uma varinha mágica, com um crânio na ponta, mostra que ele é um adepto das ciências ocultas.
– Darpana: espelho, indica que toda a criação nada mais é do que um reflexo de sua força cósmica.
Se Shiva representa o princípio da destruição, ao mesmo tempo ele também é responsável pela criação e pela existência – porque, no fim das contas, a tríade é apenas um. Brahma, Vishnu e Shiva são como "estágios" de um mesmo ciclo infinito de criação, permanência e destruição, que abre espaço para a nova criação.
A dança de Shiva Nataraja (nata significa bailarino e raja, real) guarda esse significado de processo contínuo. Segundo a lenda, ele dança todas as noites a fim de liberar todas as criaturas do sofrimento e para divertir os deuses, sendo por isso chamado também de Sabhapati, o senhor da congregação.
Texto retirado do livro Ayurveda, A Cultura de Bem-Viver, de Márcia De Luca e Lúcia Barros.
Sobretudo, Shiva é o deus da destruição – aquele que abre espaço para o novo. Toda criação será incinerada pelo fogo da renovação no momento em que este deus abrir seu terceiro olho, localizado entre as sobrancelhas.
Geralmente, esse deus que completa a tríade hindu é representado como um lindo jovem. Sua iconografia é bastante rica:
❁ Ele aparece coberto por cinzas da pira fúnebre, mostrando que é o senhor da destruição.
❁ No pescoço, tem pendurada uma guirlanda de cérebros, mundamala, que representa a revolução dos anjos e os sucessivos surgimentos e desaparecimentos da raça humana.
❁ Na cabeça, leva o símbolo da lua crescente, demonstrando que o tempo é apenas um ornamento para ele. A lua representa o tempo, dado que os dias e os meses estão ligados às suas fases.
❁ A coroa de cabelos trançados da qual flui o rio Ganges, cujas águas representam jñana, o conhecimento.
❁ As cobras venenosas simbolizam a morte, mas, para Shiva, são apenas decoração. Só ele pode engolir o veneno chamado halahala e assim salvar o mundo. Por isso, ele é Mrytiunjay, o conquistador da morte. As serpentes representam também a energia básica – semelhante à energia sexual – de todos os seres. Portanto, Shiva é o senhor da energia.
❁ O pé levantado simboliza a libertação. Ele dança sobre um demônio que representa a escuridão e o mal, estando, portanto, acima da ignorância. O demônio Apasmarapurusa representa o ego a ser eliminado.
❁ A pele de tigre, que, por ser um animal feroz e devorar sua presa sem compaixão, representa o desejo que consome os seres humanos, eternos insatisfeitos. Ao vestir a pele do tigre, Shiva demonstra que matou o desejo, sobrepôs-se a ele.
❁ A pele de elefante: como o elefante é um animal poderoso, usar sua pele implica que o deus subjugou completamente os impulsos animais.
❁ Olhos e cabelo: o sol e a lua formam seus olhos e todo o céu, o vento soprando, forma o seu cabelo. Por isso, Shiva é chamado de Vyomakesa, aquele que tem o céu e o espaço como cabelo.
❁ Shiva pode ser representado tendo de duas a 32 mãos. Alguns dos objetos mostrados em suas mãos são:
– Trishula: o tridente, arma importante de ataque e defesa, indicando que Shiva é o senhor supremo. Filosoficamente, representa os três gunas ou três processos – criação, preservação e destruição. Aquele que carrega o tridente é o mestre dos gunas e dele provêm os processos cósmicos.
– Damaru: o tambor, que Shiva toca ao dançar, produz sons sagrados, conhecidos como maheswarasutras. Ele representa a linguagem e o som. Ao segurá-lo em suas mãos, o deus demonstra que toda a criação, incluindo as várias formas de artes e ciências, originam-se dele e de sua dança.
– Khatvanga: uma varinha mágica, com um crânio na ponta, mostra que ele é um adepto das ciências ocultas.
– Darpana: espelho, indica que toda a criação nada mais é do que um reflexo de sua força cósmica.
Se Shiva representa o princípio da destruição, ao mesmo tempo ele também é responsável pela criação e pela existência – porque, no fim das contas, a tríade é apenas um. Brahma, Vishnu e Shiva são como "estágios" de um mesmo ciclo infinito de criação, permanência e destruição, que abre espaço para a nova criação.
A dança de Shiva Nataraja (nata significa bailarino e raja, real) guarda esse significado de processo contínuo. Segundo a lenda, ele dança todas as noites a fim de liberar todas as criaturas do sofrimento e para divertir os deuses, sendo por isso chamado também de Sabhapati, o senhor da congregação.
Texto retirado do livro Ayurveda, A Cultura de Bem-Viver, de Márcia De Luca e Lúcia Barros.
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